A região do Assurini, que abrange os municípios de Altamira e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará, concentra o maior volume de produção da agricultura familiar na região. Responsável por mais de 75% dos alimentos que abastecem Altamira, o Assurini tem se destacado nos últimos anos pelo crescimento da cultura do cacau.
Apesar do grande potencial produtivo e da expansão das áreas de plantio, os agricultores locais enfrentam obstáculos significativos. Entre os principais problemas estão a falta de manutenção regular das estradas e vicinais, que dificulta o escoamento da produção, a carência de assistência técnica e a insegurança quanto à regularização fundiária — questões que dependem da atuação dos governos estadual e federal.
“Fomos trazidos para cá com a promessa de dias melhores. Produzimos, pagamos impostos, mas continuamos esquecidos. Ainda resistimos, esperando que esse dia finalmente chegue. Hoje, nem consegui dormir, preocupada com a possibilidade de perdermos nossas terras. Temos documentos do Incra, mas ouvimos dizer que tudo isso pode virar terra indígena. É aqui que trabalhamos para sustentar nossos filhos”, desabafou a produtora Claudenice Silva.
Governo recua após erro em lista de áreas embargadas na Transamazônica e Xingu
Recentemente, o Ibama publicou uma lista com nomes de diversas áreas de terra na região da Transamazônica e do Xingu que seriam embargadas por supostamente estarem localizadas em terras indígenas.
Dias depois, o governo federal voltou atrás e afirmou que houve um erro no sistema responsável pela emissão da lista. Segundo a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Helena Hoffmann, o problema já teria sido corrigido. No entanto, até o momento, não foi divulgada uma nova versão oficial com a identificação correta das áreas que, de fato, serão embargadas.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu